Participação popular em Santana: falta a população apoderar-se dos instrumentos criados

Santana vem despontando como um dos grandes ícones da participação popular na região norte, haja visto que inúmeras políticas de governo vem sendo construídas em conjunto com a população, através da sua participação direta nos espaços públicos de decisão criados, tais como no OP, no Plano Diretor e em conferências municipais.
Sem dúvida que essa é um constatação que nos enche de entusiamo e de auto-estima, contudo há problemas que precisam ser enfrentados e melhor avaliados.
Dentre os principais, destaco pelo menos dois: O primeiro é a lentidão em se ver materializado decisões que já foram tomadas, especialmente na esfera do OP e que fundamentalmente dizem respeito a execução de algumas obras e a segunda (a meu ver o mais preocupante) é uma espécie de relação ainda fria da população em geral em relação aos instrumentos já criados e que se revela, principalmente, na forma de processos ainda tutelados e mantidos pelo poder público, que ainda assume praticamente todas a iniciativa dos processos, desde sua concepção até a sua execução de fato.
O primeiro problema, posso atestar, já vem provocando um crescente movimento dentro do governo municipal, com vistas a imprimir maior celeridade na materialização das obras e serviços decididos, dependendo portanto de decisão politica e principalmente (agora), da competência técnica dos gestores. Contudo, a segunda questão é bem mais preocupante, pois se a população e, em especial, os movimentos sociais, não se apropriarem efetivamente dos processos participativos, a depender do humor e da cor partidária dos gestores à frente da PMS, poderemos assistir todo um edifício de democratização da gestão construído de maneira sacrificante ir por água abaixo e vivenciarmos indesejáveis retrocessos políticos em Santana.
Na desejável tarefa de esquentar a relação entre a população e os instrumentos de participação popular, poderão contribuir de maneira determinante, principalmente os partidos políticos que passam a compor a base política do governo, em especial aqueles que possuem ligações históricas com a bandeira da participação popular, ou seja, o PT, o PCdoB e o PSB.

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