Não tenho nada com isso?

Há um mito que paira nas idéias de muitos, ao se tratar de degradação ambiental: eles são motivados (apenas) por grandes empresas e/ou grandes empreendimentos promovidos pelo Estado e “eu” (cidadão comum) não tenho nada com isso. Ledo engano.


Na verdade, ou contribuímos diretamente degradando por meios próprios ou, engrossando a onda consumerista, efêmera (e em alguns casos até de futilidades), fazemos aumentar a bola de neve que vem devastando, como nunca antes, o meio ambiente e seus processos ecológicos.

Ou será que a tresloucada corrida pra extrair petróleo em alto-mar, desmatar enormes áreas para plantio de vegetais visando produzir bio-combustíveis, não visa atender a uma demanda por todos nós suscitada? Ou ainda o acirramento das extrações dos mais diversos minérios, mirando produzir aço, placas de silício para fazer funcionar monitores, telas e demais displayers não o são para suprir nossos anseios “imprescindíveis” por mais tecnologia e pela mais recente possível, a despeito de já termos alguns outros equipamentos que façam a mesma coisa, mas com alguns segundos de atraso?

Ora, na “moderna” sociedade em que vivemos, nossos “desejos”, demandas e sentimento de imprescindibilidade são muito bem concebidos e “moldados”, certamente para caber no tamanho exato que aquele mercado tenha como sendo o adequado. E, é claro, esse “tamanho”aumenta a cada momento, ao sabor da evolução da economia. Certamente nem tudo é imprescindível ou, na verdade, boa parte, não o é! Mas, se não for assim, a máquina não gira, os empregos não são criados, as rendas não retornam para os lares e muitos passam a ter privações... Então degradar é preciso? É necessário e inevitável? (são perguntas para outros textos, que pretendo ainda, minimamente, tentar refletir a respeito).

Por ora, gostaria somente de chamar a atenção para esse fato: também, todos nós, degradamos e ajudamos a degradar.

Para mensurar o tamanho dessa “pegada” que imprimimos sobre o planeta, recomendo acessar um site da ONG WWF chamado “pegada ecológica” (http://www.pegadaecologica.org.br/) em que, respondendo a um conjunto de perguntas (na forma de um formulário), ao final, temos uma noção no passivo que ajudamos a deixar sobre o planeta... Se não resolve o problema, pelo menos nos ajuda a ter noção do quanto algumas de nossas ações contribuem para o tamanho do problema ambiental que paira sobre o planeta atualmente. Se tiverem um tempo, acessem e façam o teste.