Comportamentos fora do lugar

Numa das oportunidades que tive de assistir a reuniões do diretório nacional do PT, presenciei algo que me chamou bastante a atenção, não pelo debate em sí (de alto nível como todos que já pude assistir) que rolava em determinado momento, mas pelo que comentou um companheiro que o assistia ao meu lado.
Estávamos no segundo ano do primeiro mandato do governo Lula e discutia-se a intervenção do governo em uma determinada área. Pelo menos 03 (três) falas que se sucederam foram feitas de forma bastante contudente, com discursos rasgados, frases de efeito, ou seja como uma retórica bem própria do PT militante, contudo circundando o tema e sem apresentar propostas objetivas. A primeira vista pareciam bastante convincente, contudo, sem a noção do lugar que o PT estava ocupando naquele momento, ou seja, um PT que estava no Governo. Afinal (ai entra o meu companheiro ao lado), os companheiros falavam “como se não fôssemos governo, como se o povo não tivesse esperando respostas em forma de resultados e não mais discursos rasgados, afinal isso não resolverá o problema”. Essa fase, esse local de franca oposição, tinha ficando para tráz, era hora de ser objetivo, preciso e competente.
Confesso que em algumas das nossas reuniões do PT, me vem à lembrança esse episódio de maneira muito forte, afinal de contas, é necessário compreendermos com clareza o papel que estamos exercendo hoje na sociedade santanense, isso sem querer tolher o debate e nem as formas enfáticas, mas afinal, não se pode transformar isso no principal. Nossas forças mais criativas e mais expressivas precisam ser canalizadas para dar respostas ao povo de maneira célere e competente. Isso é atuar com a noção exata do lugar que ocupamos hoje. Afinal de contas agora nos é exigido que façamos o convencimento pela agilidade e pela competência.

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