Uma lamentável estratégia de reação

Sofrivelmente, a estratégia de defesa acaba sendo a desqualificação das pessoas de onde partem as críticas e os posicionamentos, divindo-se o debate, de maneira maniqueísta, entre os bons e comprometidos da esquerda e os outros que são contrários. Já assistimos a vários episódios em que se vangloria e se exalta os militantes petistas em detrimento daqueles outros “pelegos”, “vendidos”, “descomprometidos”, “despreparados” ou “corruptos”. Esforçam-se para se demonstrar que as motivações das idéias ques lhes são contrárias, na verdade originam-se de interesses outros que não os interesses públicos e sim particulares, e que, por isso, não mereceriam ser considerados.
Já vimos episódios de “queimação” pública de personalidades, de outros militantes, através de textos agressivos ou discursos exaltados e enfáticos (muito mais pela forma e pobre de conteúdo e de substância) ou ainda muito tempo perdido e pestanas gastas para se implementar ações que impeçam que as idéias contrárias e seus defensores ganhem corpo e sejam escutadas por mais pessoas.
Comportamentos assim, compõem A ESTRATÉGIA de defesa em muitos embates, tomando a forma prioritária (e as vezes única) de embate, deixando de lado o enfrentamento efetivo dos argumentos e das ponderações colocadas. Não é perceptível um verdadeiro esforço intelectual e argumentativo, para se vencer na política e no debate argumentativo. Acaba-se por assumir posturas próximas à muitas daquelas já adotadas contra a esquerda em contextos e anos difíceis para nossas manifestações e militância.
É como se, as idéias e posicionamentos questionados e postos em xeque, por virem de petistas, de membros da esquerda, por toda sua trajetória já trilhada, por natureza sejam bons e adequados e que, por isso, não mereceriam qualquer questionamento.

0 comentários: